segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Relâmpagos de verão


Lembranças de aproximadamente 1970...

Eu aqui, neste aconchego todo, de baixo de meu cobertor que me envolve e me aquece, enquanto lá fora não para de chover e relampear. Perdi a conta de quantos raios iluminaram meu quarto nesta noite. E de quantas vezes a força acabou enquanto assistia meus filmes e minhas series prediletas. Está tudo escuro... aproveito este tempo para pensar em tudo aquilo que não consigo pensar no claro, parece até que o relógio parou no tempo, não só os ponteiros.
Esse tempo vago me faz lembrar dos bons e velhos tempos, tempos esse que não voltam mais, muita coisa já mudou e muitas coisas ainda vão mudar. Lembro-me de quando começava a chover e corríamos todos para brincar lá fora no quintal, na rua, pulávamos em todas as poças d'água, ficávamos todos sujos de barro... ninguém se importava com raios, ninguém ficava doente ou resfriado por tomar uma chuvinha, descíamos a rua no carrinho de rolimã, e brincávamos de pega-esconde, bambolê. Era tudo tão simples, tão divertido... o vídeo-game do momento era Atari, nada comparado com os de hoje, mas que antes era luxo ter um desses. Os nossos super poderes eram subir em árvores e muros, pular e correr pra lá e pra cá... sem medos, buscando sempre novas aventuras. Não tinha do que temer.
Mas me parece que ninguém se importa mais com essas simplicidades da vida, essas recordações são as melhores de minha infância, e nunca vão morrer, e a cada raio, a cada gota de chuva que cair do céu, irei lembrar-me daquilo que era tão especial!
Agora a força voltou, parece que a chuva está parando também, vou me deitar e continuar vendo o filme de minha vida, e o roteiro quem faz sou eu!

Ps: O vento soprou 23h56.

Um comentário:

  1. Às vezes dá saudade mesmo, né? Ainda mais na idade em que estamos, em que a responsabilidade e a vida adulta começam a querer bater na porta...
    Beijos.

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