segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Férias frustradas

Um texto baseado em fatos reais, dedicado à família Cruvinel.


De janeiro à fevereiro e de julho à agosto. 

Iniciavam as férias escolares e a família da cidade grande, vinha de mala e cunha para o interior, na casa que ficava exatamente ao lado da dos parentes tão queridos. Mas antes  de mais nada vou explicar o fato mais importante dessas tais férias. Sempre havia pelo menos uma vítima, e praticamente essa vítima saia ferida fisicamente ou até mesmo psicologicamente, era fato que algo iria acontecer, já era como uma tradição, mas ninguém sabia quem seria o próximo alvo. Resumidamente vou contar um pouquinho.
Tudo começou comigo é claro, porque minha sorte é tanta que desde pequena é assim, mas sem mais delongas vamos continuar... numa tarde, poucos dias antes de meu aniversário de 8 anos enquanto brincávamos eu, meu irmão Guilherrme (Gui), minha prima Paola (pabs), e meu primo Gustavo (Gu), fui o primeiro alvo. Quem diria que uma simples e inocente brincadeira de cobra/cabra-cega me deixaria com uma cicatriz pra vida toda, para ser precisa, bem em minha sobrancelha esquerda. Estava eu com meus olhos vendados quando POOFT, dou de cara com a parede e caiu no chão. Na hora não entendi nada, olhei para os três que estavam rindo da pobre coitada aqui, mas que depois com o sangue escorrendo no meu rosto ficaram todos com cara de dózinha. O resultado foi eu sendo levada para o hospital e ganhando 4 pontos, claro que fiquei uma fera, mas depois passou...
Agora era a vez da pobre Paola, o dia do seu aniversário chegava e ela logo ficava em alerta, porque a gangue (G.G; os meninos) poderia ataca-lá a qualquer momento, a surpreendendo com várias ovadas, mas o fato é que ela nunca conseguia escapar e isso a deixava muitíssimo puta da vida, e saia xingando tudo e todos. Além dos dias em que todos dormíamos juntos e eu e pabs acordávamos com várias "travesseradas". Tínhamos que trancar a porta do quarto, mas os desagradáveis sempre davam um jeitinho de nos acordar. 
Mas agora foi a vez dos meninos. E foi o mais brilhante e inesquecível, foi "A VINGANÇA", que planejei com meus aliados (Tia Célia, e tio João, os próprios pais de meus primos), para por um ponto final em tudo que os meninos já tinham feito para nós, naquele dia meu ar maligno criou vida, e foi tão perfeito que até me emociono de alegria em lembrar. Assim como toda ação tem uma reação, a vingança nunca é plena. MUAHAHAHA.
Foi assim... os meninos costumavam andar de bicicleta por todo o lugar onde a gente morava, tínhamos até a nossa "Pista de la muerte", com umas rampinhas que íamos de lá  direto para o lago. E em um desses dias que eles tinham evaporado com as bicicletas resolvi segui-los com minha tia (que também foi maligna), e vimos os dois entrando em uma casa abandonada... até então tudo bem, voltamos para casa sem que eles nos vissem, pouco tempo depois eles chegaram, pegaram algumas coisas e voltaram para a tal casa que ficava no fim de uma rua bem próximo de nossas casas. Foi ai que a mente brilhante atacou (eu é claro!), eu e minha tia fomos correndo até a casa, os manés tinham deixado as bicicletas de bobeira lá fora e enquanto eles estavam distraídos lá dentro, nós duas "roubamos" as bicicletas e saímos pedalando feito loucas...
Chegamos em casa e ficamos procurando algum lugar para esconder as bicicletas, mas tinha que ser um lugar que eles não iriam bisbilhotar, foi então que o 3º aliado (Tio João) entrou em ação e teve a brilhante ideia de colocá-las dentro do banheiro do andar de baixo. Depois apenas aguardamos o que iria acontecer, porque não fazíamos ideia da reação deles...
Poucos minutos depois, estávamos esperando na varanda a chegava triunfal, quando o portão abre e surgem os dois, a expressão facial de ambos parecia muito preocupante (o dó), eles entraram na casa sem dizer uma palavra sequer, olharam cômodo por cômodo (menos nos banheiros). E ainda descaradamente peguntamos "cadê a bicicleta de vocês?", eles se entre olharam e sem resposta saíram novamente... subimos correndo para a sacada para tentar ver onde eles iriam... ficaram andando pra lá e pra cá. Depois de um tempo entraram na minha casa que ficava bem ao lado.  
Foi ai que fomos correndo tirar as bicicletas de dentro do banheiro e levamos para fora e colocamos elas no terreno vazio ao lado. Ficamos todos sentados lá em frente, esperando os dois bobinhos. Alguns minutos depois o portão de minha casa abre, mas saem de lá não só os dois mas também minha mãe (Eliana, a aliada dos dois e que não sabia de nada do nosso plano).  
Eles vieram em nossa direção e ficaram parados nos olhando, ninguém queria dizer nada. Então como boas pessoas que somos perguntamos o que havia de errado. Minha mãe disse que estava tudo bem, que não estava acontecendo nada (será que o plano deles era nos enganar para acharem as bicicletas antes que descobríssemos? Haha). Sem hesitar perguntamos novamente sobre as tais bicicletas (que no momento estavam tacadas no chão do terreno, a poucos metros dos bobões). Preocupados deram aquele sorrisinho sarcástico, mas não estavam aguentando mais e logo soltaram a bomba.  
ROUBARAM AS BICICLETAS!!! (BOOM)
Desesperados começaram a nos contar tudo o que tinha acontecido. Queriam até mesmo chamar a polícia. Eles já tinham andado por toda a redondeza para ver se conseguiam acha-las com alguém, só que nada adiantou. Fomos perfeitos atores, disfarçamos tão bem que eu já estava até acreditando na história deles... mas esperamos ainda um pouco mais, porque o prato de sopa quente, se começa a comer pelas beiradas, não é mesmo? Depois de vermos eles sofrendo, resolvemos contar toda a verdade. Ficaram com a cara no chão, e muito bravos Haha.
Ah como foi divertido! Se eu contasse tudo oque já aconteceu por aqui teria que escrever um enorme  livro. O olho roxo do guilherme que foi causado em outra de nossas brincadeiras, com um trombo violento com o Gustavo (Hahaha), minha outra cicatriz de sorrisinho no meu dedo da mão enquanto brincávamos de guerra de bexigas d'água, e também a vez que no dia do meu aniversário enquanto estávamos no centro da cidade minha sandália arrebenta e ainda ficamos encharcados andando nas ruas enquanto não parava de chover. Enfim... são muitas histórias.

As vezes da saudade dessas coisas. Mas nunca é tarde! Quem será a próxima vitima?
  

  Ps: O vento soprou 03h43/14h50.
Ps2: Um beijão para a gangue G.G.!

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